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Algo que não se Esquece

"O Amor conquistado As Batalhas vencidas A tristeza perdida

domingo, 24 de agosto de 2014

Em sonhos


Em sonho, tudo o que quero pertence-me. Tudo o que desejo é meu, tudo o que exijo, tenho. Tudo, mas tudo mesmo acontece como previsto e pode ser mudado a meu belo prazer, como peças de xadrez e de acordo com o jogo que é jogado no momento.Adoro sonhar! Adoro alimentar o sonho e sonhar mais alto.Pois bem, descobri que um sonho realizado é como um doce dentro de um recipiente de vidro difícil de abrir e que depois da primeira colherada se esborracha no chão, partindo-se em mil bocadinhos diferentes, deixando na boca um trago amargo do que foi experimentado e não teve tempo de ser saboreado. A digestão, essa fica difícil só de ver o que é bom ali aos nossos pés sem se conseguir aproveitar nadinha e, ainda, ter o trabalho acrescido de limpar os restos feios do que foi bonito e bom.
Diga-se a bem da verdade, que é um sentimento um tanto ou quanto estranho e frustrante. Mas há uma cerejinha no topo do bolo, a memória do que se provou. Bom! Muito bom! Mas o que foi já não é mais e o sonho antigo também já não volta.Assim, resta-nos a substituição por um outro sonho. Alias é imperativo e inevitável. É a unica forma de se conseguir ultrapassar a frustração do anterior.Que venham todos os sonhos do mundo, porque esses sim, não traem, não se estragam, não se vão embora, não viram as costas. Respondem, são previsíveis, confiáveis, saboreiam-se o tempo que se quiser, não caem, não se partem em mil pedacinhos.Neste momento deixei de saber se quero que os meus sonhos se realizem.

"Escrevo porque não sei falar do que vejo, não sei explicar o que oiço, não sei dramatizar o que sinto. Escrevo porque ainda tenho calafrios no coração, porque perdi a ilusão, escrevo porque desisti de falar o que a boca não consegue dizer. Escrevo porque nada me resta, escrevo porque me faz viver.."