Pois ninguém iria entender todo o sofrimento que ao longo de tanto tempo foi causado. Ninguém iria entender a reacção, as atitudes e todos os gestos que saíram espontaneamente. Fui vivendo sem ninguém entender a maneira como eu acordava, como eu me deitava, com eu vivia. Percebi que ninguém iria entender o porque de ser diferente, de olharem para mim como um mero homem igual a muitos outros, que não agradava a toda a gente mesmo se me esforçasse para tal. Percebi que ao longo de todo este tempo fui apenas um ser humano que atravessou o mundo inteiro para libertar toda a dor que aqui estava acumulada.

Dizemos várias vezes que a vida é injusta, perguntamo-nos o porquê da nossa existência, lutamos contra sentimentos indesejados, mas raramente damos valor ao pouco que temos e ao que nos rodeia. 

Por vezes, nem nos tentamos esforçar para entender certos momentos, em que tudo pára à nossa volta,  há fases da nossa vida onde tudo parece correr mal, nada do que fazemos é bem feito, interrogam nos o porquê,  sentimos-nos inúteis e desprezados dando-nos uma enorme vontade de fugir e desaparecer.

Eu tive esse sentimento, pois ninguém entenderia se tentasse explicar ou mesmo mostrar o porque de isto tudo. Mas hoje sei que ninguém me vai entender, então prefiro guardar para mim.